quarta-feira, junho 04, 2008

"O Intérprete"

Daoud Hari tem 34 anos e acaba de editar em Portugal o livro “O intérprete” pela Livros d’hoje.
Este refugiado do Darfur, exilado nos Estados Unidos, escreve sobre a sua experiência. Detido várias vezes, sentiu a morte de perto e assistiu a massacres que ainda hoje afectam o seu dormir.. Pede a Portugal para receber refugiados, sobretudo crianças.
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"É muito difícil explicar o dia-a-dia em Darfur. É diferente de qualquer parte do mundo. Pensando na Europa, é como um filme, um filme de acção. Os jornalistas não conseguem entrar em Darfur, porque a região está limitada pelo governo e as diferentes milícias. Não é seguro para os repórteres. Mas eu estou aqui! Não estou preso. Eu posso falar, escrever e contar a todos o meu quotidiano no Darfur. Peço-lhes para não adormecerem, não esperem pelas Nações Unidas. Os portugueses também conhecem África. Nós precisamos tanto da paz como os portugueses. O Darfur tem de ser uma prioridade. Temos crianças em Darfur com 5 anos que estão nos campos...e que dentro de 5 anos vão pegar numa arma para combaterem. Antes disto, o Governo português tem de ser activo. Tem de trazer alguma paz e receber alguns refugiados em Portugal para que tenham uma vida melhor."

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