E se, alguma vez,
nos degraus de uma escada,
sobre as ervas verdes de um campo,
na solidão morna do teu quarto,
tu acordares com a embriaguez atenuada
e te sentires quase tão sóbrio como todos os sóbrios,
então, pergunta ao vento, à onda, à estrela, à ave,
pergunta a tudo o que passou,
a tudo o que murmura,
a tudo o que gira,
a tudo o que canta,
a tudo o que fala;
pergunta-lhe que horas são…
E se escutares com atenção,
se encostares o ouvido ao lado de dentro
de tudo o que faz barulho,
tudo te responderá:
- “São horas de te embriagares
aaa
Para não seres como os escravos
a
a
embriaga-te sem descanso.
a
Com vinho, com poesia, ou com DEUS!
Escolhe tu, mas embriaga-te…”
(Ch. Baudelaire, poeta do séc XIX – adapt.)
1 comentário:
Lindissimo. Gostei muito Sérgio.
Madalena.
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