segunda-feira, dezembro 04, 2006

Se tu não fosses assim como és...



O pote rachado

Havia na Índia um carregador de água que transportava – em ambas as pontas de uma vara que levava atravessada no pescoço – dois potes grandes de barro.
Um dos potes tinha uma racha e o outro era perfeito.
O pote perfeito chegava sempre cheio ao final do longo caminho que ia do poço até à casa do patrão.
Mas o pote rachado chegava apenas com metade da água.
E assim, durante dois anos, o carregador entregou diariamente um pote e meio de água na casa do seu senhor.
O pote perfeito, é claro, estava orgulhoso do seu trabalho.
O pote rachado, porém, estava envergonhado da sua imperfeição. Sentia-se miserável por apenas ser capaz de realizar metade da tarefa a que estava destinado.
Depois de perceber que, ao longo de dois anos, não tinha passado de uma amarga desilusão, o pote disse um dia ao homem, à beira do poço:
- Estou envergonhado e quero pedir-te desculpa. Durante estes dois anos só entreguei metade da minha carga, porque a minha racha faz com que a água se vá derramando ao longo do caminho. Por causa do meu defeito, tu fazes o teu trabalho e não ganhas todo o salário que os teus esforços mereciam.
O homem ficou triste com a tristeza do velho pote, e disse-lhe com compaixão:
- Quando voltarmos para casa do meu senhor, quero que repares nas flores que se encontram à beira do caminho.
De facto, à medida que iam subindo a montanha, o pote rachado reparou que havia muitas flores selvagens à beira do caminho e ficou mais animado.
Mas, no final do percurso, tendo-se vazado mais uma vez metade da água, o pote sentiu-se mal de novo e voltou a pedir desculpa ao homem pela sua falha.
Então, o homem disse ao pote:- Reparaste que, ao longo do caminho, só havia flores do teu lado? Reparaste também que, quando vínhamos do poço, todos os dias, tu ias regando essas flores? Ao longo de dois anos, eu pude colher flores para ornamentar a mesa do meu senhor. Se tu não fosses assim como és, ele não poderia ter essa beleza para dar harmonia à sua casa.


No encontro passado falámos da importância de sermos nós mesmos, e esta história(que embora simples transmite uma boa mensagem) reflecte um pouco isso.
É importante aceitarmo-nos como nós somos, porque Deus, por mais defeitos que nós tenhamos, nunca nos deixa de amar. Ele ama-nos como nós somos e não nos pede mais do que aquilo que nós podemos dar.
"Sê tu mesmo aondo estiveres, aceitando os outros como são e a vida será uma festa"
Para reflectir:

Será que hoje mostrastes aos outros aquilo que realmente és?
Quem serás tu para Deus?
«Basta-te a minha força, porque a força manifesta-se na fraqueza» 2Cor12,9
Um abraço e boa semana para todos.*

4 comentários:

Anónimo disse...

Obrigado Jacinta por seres quem és! A tua água, ou melhor, a Água que tens em ti "mata" a sede de quem contigo tem a graça de caminhar.

Unknown disse...

Linda, história e inspirante :D

Anónimo disse...

olha a menina Jacinta que nos maravilha com mais um textinho... se ha recoraçao que tenho da SEM,é que tinhas sempre textos sobre isto e aquilo, sabias sempre o que falar, e como falar.
Adiante...
Bem, fiquei boquiaberta com este texto , porque para mim foi como se costuma dizer, "na altura H". Vim aqui deambular pela net um pouco triste, porque sendo eu como sou, com algumas virtudes mas também defeitos, muitas vezes magoo as pessoas que me rodeam, e que eu efectivamente mais gosto. O que aconteceu ha exactamente... 5 min??
Será que devo ficar feliz por ser assim? teimosa e orgulhosa taaaaaaaantas vezes... Não sei, nao sei mesmo... gostavas de ser mais humilde, mais calma e paciente. Mas ás vezes é tao dificil... resta-me acreditar que os meus defeitos também podem ter bons fins... como o facto de a minha teimosia me fazer ser determinada e lutadora, e nunca desistir de nada face aos obstaculos. Quer seja na faculdade, ou na tentativa de ajudar alguem.

Mas no fundo no fundo, eu quero é lutar para nao ser assim.

Um grande beijinho para ti, para todos aqueles que animam este blog, e para todos os que viveram a fantastica SEM 2006 :D

Maria João disse...

Todos nós somos como o pote rachado. Há sempre umas rachas que não parecem lá muito bem. Umas temos de as consertar - para ficarem, pelo menos melhores - outras existem porque é preciso regar as flores.

Já pensaram nas vezes em que fazemos o bem ao próximo e nem nos apercebemos?

beijos em Cristo